Implementação no Novo Ensino Médio e reorganização da BNCC

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Com a pandemia da Covid-19, a implementação do Novo Ensino Médio precisou ser adiada para 2022 em todas as escolas públicas e privadas do país.

A mudança se baseia em três grandes pilares: escolha orientada do que os estudantes querem estudar, a ampliação da carga horária de estudos e a garantia de direitos de aprendizagem comuns a todos os jovens, com a definição do que é essencial nos currículos a partir da BNCC, a Base Comum Curricular.

Segundo uma pesquisa IBOPE de 2016, 72% dos brasileiros são a favor de mudanças no ensino médio e 70% são a favor de que os estudantes escolham as matérias em que irão se aprofundar e possam optar pela formação técnica ainda no ensino médio. 

 

O que muda com o Novo Ensino Médio?

 

Reorganização da Base Comum Curricular

Para que a mudança seja positiva, a BNCC necessita se organizar para seguir aos novos padrões de ensino. Em relação ao ensino médio, define-se competências e habilidades para quatro áreas do conhecimento (Linguagens e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas), contemplando todos os componentes curriculares. O documento estimula que as redes organizem seus currículos de forma que os componentes de uma mesma área sejam trabalhados de forma integrada. Língua Portuguesa e Matemática são as únicas disciplinas com habilidades específicas, que precisarão ser trabalhadas obrigatoriamente durante toda a extensão do Ensino Médio. Confira aqui a reorganização completa da BNCC e um bate-papo em nosso perfil do Instagram sobre a mudança .

 

Implementação de Itinerários Informativos

Os itinerários formativos são o conjunto de unidades curriculares ofertadas pelas escolas e redes de ensino que possibilitam ao estudante aprofundar seus conhecimentos e se preparar para o prosseguimento de estudos ou para o mundo do trabalho. Os itinerários podem estar organizados por área do conhecimento e formação técnica e profissional ou mobilizar competências e habilidades de diferentes áreas ou da formação técnica e profissional, no caso dos itinerários integrados. Os estudantes podem cursar um ou mais itinerários formativos, de forma concomitante ou sequencial.

Unidades curriculares: são os elementos com carga horária pré-definida cujo objetivo é desenvolver competências específicas, seja da formação geral básica, seja dos itinerários formativos. Além da tradicional organização por disciplinas, as redes e escolas podem escolher criar unidades que melhor respondam aos seus contextos e às suas condições, como projetos, oficinas, atividades e práticas contextualizadas, entre outras situações de trabalho. O conjunto de unidades curriculares de um itinerário deve desenvolver as habilidades de pelo menos um dos eixos estruturantes apresentados nos referenciais para a elaboração dos itinerários formativos

 

Formação técnica e profissional no ensino médio regular

Formação geral básica em uma escola de Ensino Médio e formação técnica e profissional em instituição parceira: O estudante pode cursar as unidades relacionadas à formação geral básica em uma escola de Ensino Médio regular e, na parte destinada aos itinerários, realizar cursos técnicos ou FICs em instituições parceiras, considerando as possibilidades de oferta das redes e os critérios para estabelecimentos dessas parcerias definidos pelos sistemas de ensino.

Ensino Médio Integrado: O estudante pode realizar a formação geral básica e cursos de formação técnica e profissional em uma mesma escola de Ensino Médio, de forma integrada. Nesse caso, a articulação entre os conhecimentos previstos na parte dos currículos dos itinerários e da formação geral básica pode possibilitar o melhor aproveitamento da carga horária.

 

Ampliação da carga horária

Até março de 2022 a carga horária mínima de todas as escolas brasileiras deverá ser ampliada para 1.000 horas ano, totalizando 3.000 horas ao longo do Ensino Médio. Após isso, a partir do cronograma de implementação estabelecido pelas redes, a carga horária anual mínima deverá ser progressivamente ampliada para 1.400 horas.

As redes poderão distribuir a carga horária das unidades curriculares referentes à formação geral básica e aos itinerários da forma que melhor condiga com sua realidade, desde que seja implementada uma carga anual mínima de 1.000 horas para todos os anos do Ensino Médio até março de 2022. Os exemplos ilustram algumas possibilidades considerando as 3.000 horas totais. Diversos outros arranjos poderão ser feitos, considerando as especificidades de cada rede.